COMO EU ERA ANTES DE VOCÊ SE TORNA ALVO DE CRÍTICAS
7.6.16
O livro de Jojo Moyes ganhou adaptação cinematográfica estrelada por Emilia Clarke (Game Of Thrones) e Sam Claffin (Simplesmente Acontece). O longa estreia no Brasil no dia 16 de Junho, no entanto já chegou aos cinemas americanos e a repercussão não foi uma das melhores...
[ATENÇÃO: O POST A SEGUIR CONTÉM GRANDES SPOILERS SOBRE O LIVRO E SOBRE O FILME - QUE AINDA É INÉDITO NO BRASIL - DE COMO EU ERA ANTES DE VOCÊ]
O final do livro é realmente inesperado e surpreendente, com toda certeza não agradou a maioria dos leitores.
Confira a nossa resenha aqui.
No final, após a luta incansável de Lou para fazer Will querer viver, ele acaba optando pelo suicídio assistido. A grande duvida que pairava era se o filme teria o mesmo final do livro, e a resposta é sim.
O longa estreou nos Estados Unidos recentemente e acabou sendo interpretado por deficientes e grupos de direitos como "ofensivo". O grupo Not Dead Yet (Não Morto Ainda) protestou no tapete vermelho da estreia do filme nos EUA (em 23 de Maio) criticando o enredo da história.
Como Eu Era Antes de Você não é um romance. É um insulto às pessoas com deficiência. 'Nossas vidas não são trágicas, patéticas e miseráveis. O filme é.'
Eles declararam em seu twitter:
A mensagem do filme é que deficiência é uma tragédia e pessoas com deficiência são melhores mortas
A atriz Ellen Clifford se pronunciou.
Este filme é ofensivo para as pessoas com necessidades especiais, a maioria delas quer viver - não morrer. Nossas vidas e as dos nossos entes queridos não são presas em tragédia como retratado no filme
Disse Liz Carr, atriz e ativista.
E os comentários continuam, acusando o longa-metragem de retratar a vida de deficientes como uma tragédia.
No Twitter uma infinidade de usuários se pronunciaram através da tag #MeBeforeEuthanasia, Como Eu Era Antes Da Eutanásia ("prática pela qual se provoca a morte de um doente incurável," como o caso da tetraplegia de Will, "a fim de poupar-lhe sofrimento").
A autora do livro, Jojo Moyes, declarou que se inspirou na história de um jogador de Rugby, que, assim como Will, optou pelo suicídio com a ajuda da organização Dignitas. Ela ainda disse:
Nós somos uma sociedade que julga muito e você nunca sabe realmente o que se passa na mente de alguém ou quais experiências ela teve para tomar essa decisão
Antes da estreia já havia uma certa resistência pela parte do público quanto a escolha de Sam Claffin como Will Traynor, já que o ator não é tetraplégico mas interpreta um.
Thea Sharrock,a diretora do filme se pronunciou sobre a polêmica:
Este é um final corajoso. É muito fácil fazê-lo da outra forma. Todos nós poderíamos contar essa história amanhã. Mas assim... é mais interessante.
E durante a entrevista com o The Hollywood Reporter ela disse:
É uma história fictícia sobre o quão importante é o direito de escolha. A mensagem do filme é viver com ousadia e superar limites
Ainda falou para o Observer:
Eu quis me apegar ao tema universal da simples e ainda maravilhosa maneira que essas pessoas se apaixonam, enquanto crio um espaço para as pessoas pensarem sobre o que realmente importa.
Zack Weinstein, um ator que ficou tetraplégico discordou:
"A mensagem do filme é que é melhor para essa pessoa morrer do que precisar de um serviço que a ajude a viver"
E Grant Albrecht, que sofre de uma doença que está acabando com sua capacidade de andar, também fez sua crítica:
"Romantizar a covardia é realmente perpetuar um estereótipo por uma questão de abandonar as pessoas reais com deficiência que estão lutando para manter sua sanidade e meios de subsistência e não ganham oportunidades em Hollywood"Qual sua opinião sobre o assunto?
Por Ester Meireles
1 comentários
Sinto que cada vez mais as pessoas tem se incomodado com tudo. Qual o problema de chamar alguém que não é tetraplégico? O final é ousado sim. Mas ficar ofendido? Acho que as pessoas tem buscado motivos para odiar para se sentirem oprimidas.
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