Entrevista - Mario Vicente

13.12.14



 Hey! Esses dias, a Tia War conseguiu outra entrevista para vocês, desta vez com o autor Mario Vicente (de Mademoiselle Zaira). 

Confira!


1- Como começou a vontade de escrever?

 Desde meus 8 anos costumava escrever letras de músicas quando meu pai tocava seu acordeon. Então tive contato logo cedo com a música, livros e cinema. Estudei no colégio Marista de Cascavel, aonde era muito incentivado para as artes e desde então imaginava trabalhar na área artística de alguma forma. A paixão pelos livros veio aos 13 anos.

 Mas, o primeiro sonho foi ser diretor de cinema. Só pelos 18 anos é que comecei a escrever alguns poemas, crônicas e aos 26 publiquei meu primeiro livro de forma independente: Natureza Clandestina. O contato sempre existiu, mas a convicção veio somente em 2007 por realização pessoal quando fiz o Caminho de Santiago da Compostela na Espanha.

 Então foi uma mescla de incentivos no colégio, por um amigo de infância e por gosto próprio.


2- Sua família apoiou você?

Na época não. Infelizmente, nem mesmo meu falecido pai dava qualquer atenção para minhas letras de músicas. Claro, eram horríveis com certeza, mas sequer ele dava algum incentivo e minha mãe estava separada dele desde meus 5 anos. Irmão, enfim, apenas um amigo que inclusive me emprestava livros. Porém, minha ex-esposa Ana, a qual conheci logo cedo e me deu a linda filha Aloha, foi minha grande incentivadora na minha juventude. Até mesmo depois de separarmos, como vem fazendo até hoje. E claro, minha filha é a fã número um.

3- O que você definiria como “sua fonte de inspiração”?

Sou um sagitariano inquieto por essência. Adoro explorar a vida, as pessoas, as cidades, o mundo. Desde criança sou muito ativo e curioso. Tanto que graças a Deus tenho acumulado muitas experiências de vida e vivido em várias cidades do Brasil e viajado pelo mundo (sem ser pretensioso, apenas tive essa oportunidade e batalhei para isso). Por isso entendo que essa energia de viver e se aventurar me dá muitos insights e, como sempre trabalhei em áreas relacionadas a criatividade: comunicação, publicidade, arquitetura, eventos e marketing, me inspiro em tudo o que penso, vejo e converso. Em tudo vejo uma história. Não tenho uma referência única, uma musa, uma fonte. A vida em si tem sido o grande cenário de meus romances.


4- Quando você escreve, há um pouco de você nos personagens?

Acredito que sim, pois isso é uma ligação natural, até porque como falei, falamos sobre experiências vivenciadas ou que nos contam. É impossível não deixar uma pitada, um tempero próprio em qualquer trabalho. Porém isso não significa ser autobiográfico. Eu tenho como exemplo o livro “O homem que chorava” baseado no Caminho de Santiago da Compostela o qual fiz em 2007, e tem muitas referências da minha infância, mas de forma esporádica, sem ser minha autobiografia. É um romance de ficção criado sob o ponto de vista de um peregrino e suas angústias, como muitos pelo mundo afora...

5- Há algum projeto em mente?

Sempre. Neste momento estou em São Paulo fazendo pesquisa sobre cenário para o próximo romance que começo a escrever ainda este ano. Mais uma ficção, que aborda a inveja e se passa em 2006 num bairro de São Paulo entre três adolescentes de 16 anos. Tenho outros projetos que seriam um sonho: um livro baseado na Guerra do Paraguai e outro baseado na Revolta dos Posseiro no sudoeste do Paraná, meu estado Natal. E outros romances os quais eu incluo até a literatura fantástica.

6- Qual é o seu personagem favorito do livro?

Realmente não tenho um personagem favorito. Hoje consigo ficar distante dos personagens e da obra em si, sem aquela coisa do apego. Durante a realização da obra há muito envolvimento, sentimento, um amor incondicional, mas depois isso se torna um produto com suas emoções, mas que pertencem ao leitor, ao mundo. Tenho sim, personagens dos clássicos, que seria aquela coisa como todo humilde escritor tem e sente e, que não é necessariamente inveja e sim admiração: há porque não foi eu quem escreveu essa história? Que sacada, que personagem...


7- Geralmente, aquele que escreve, também lê. Qual é o seu livro favorito? Porquê?

Exatamente, depois de um tempo você se identifica com alguns autores, como eu disse antes. Eu gosto de Mila Kundera, Mika Waltari, Herman Hesse dos mais antigos e atualmente muito de Carlos Ruiz Zafon, com sua trilogia da Sombra do vento. Amei esse livro por ser de muito suspense e com uma leveza na narrativa extraordinária. Tenho muitos outros, dos clássicos ( Machado de Assis), aos atuais.


8- O que fez você optar por esse gênero de escrita?

A paixão pelo cinema. Sempre gostei do romance em si pela dimensão da história, da profundidade e dos desdobramentos que podem haver, como ser levado para o cinema, teatro etc...a complexidade e ao mesmo tempo o bom humor e suavidade de uma história bem contada. Sou um romântico por natureza.

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É isso, leitores! 
Deixem nos comentários quais autores vocês gostariam que nós entrevistássemos. 

Por Flávia Bergamin
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