Manifestantes imitam gesto de ‘Jogos Vorazes’ e são detidos na Tailândia!
22.11.14
Três estudantes foram detidos nesta quinta-feira (20), durante a estreia de Jogos Vorazes: A Esperança - parte 1 na Tailândia após imitarem o gesto usado como símbolo de uma rebelião no filme, como forma de mostrar descontentamento com o golpe militar ocorrido em maio no país.
Na história de Suzanne Collins, os três dedos levantados são como um ato de 'rebeldia' entre aqueles que são contra o governo -gesto adotado pelos opositores ao governo militar tailandês.
O governo local proibiu o gesto. Uma rede de cinemas de Bangcoc cancelou todas as exibições do filme após estudantes planejarem um protesto contra o golpe militar em frente a um de seus cinemas. Ativistas dizem que a polícia pressionou a rede a cancelar a exibição do filme.
Dois dos detidos eram estudantes ativistas, e o terceiro foi preso após fazer o gesto do lado de fora de um cinema de Bangcoc. Ratthapol Supasopon, um dos estudantes ativistas, negou que o grupo estivesse planejando um protesto.
O coronel Visoot Chatchaidet disse à AP que os dois estudantes não serão indiciados. “Vamos apenas falar com eles e eles poderão ir”.
“O filme reflete o que está ocorrendo na nossa sociedade. Quando as pessoas são reprimidas por algum tempo, elas devem querer resistir e lutar por seus direitos”, disse Nachacha Kongudom, de 21 anos, uma das pessoas detidas. “Ir ao cinema é um direito básico das pessoas. Estou aqui hoje para lutar por e proteger meus direitos.”
Na quarta-feira (19), cinco estudantes já haviam sido presos por fazerem o gesto do filme durante um discurso do primeiro-ministro do país, Prayuth Chan-ocha, que liderou o golpe como comandante do Exército.
Estudantes são presos por fazerem o gesto do filme ‘Jogos Vorazes’ durante um discurso do primeiro-ministro da Tailândia, Prayuth Chan-ocha, nesta quarta-feira (19) (Foto: Bangkok Post/AP) |
Seria essa uma maneira de mostrar que os jovens estão "acordando" e indo ás ruas para lutar por seus direitos?
A Lionsgate, empresa que produziu o filme, não comentou a situação.
Por Flávia Bergamin
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